SPDA – Sistema de Proteção

Luis Cyrino
13 set 2017
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SPDA – Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas

SPDA é uma instalação dos Sistemas de proteção contra descargas atmosféricas, popularmente conhecido como para-raios, é uma exigência do Corpo de Bombeiros, regulamentada pela ABNT segundo a Norma NBR 5419.

Tem como objetivo evitar e/ou minimizar o impacto dos efeitos das descargas atmosféricas, que podem ocasionar incêndios, explosões, danos materiais e riscos à integridade física das pessoas.

Objetivo do SPDA segundo a norma NBR 5419

1.1 Esta Norma fixa as condições exigíveis ao projeto, instalação e manutenção de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) de estruturas (definidas em 1.2), bem como de pessoas e instalações no seu aspecto físico dentro do volume protegido.

1.2 Esta Norma aplica-se às estruturas comuns, utilizadas para fins comerciais, industriais, agrícolas, administrativos ou residenciais, e às estruturas especiais previstas no anexo A.

Anexo A:

A.1 Chaminés de grande porte

A.2 Estruturas contendo líquidos ou gases inflamáveis

A.3 Antenas externas

A.4 Aterramento de guindastes/gruas

SPDA segundo a norma é dividido em externo e interno.

SPDA externo:

O SPDA externo pode ser isolado ou não-isolado da estrutura a ser protegida.

Os sistemas externos não-isolados são compostos de 3 subsistemas: subsistema captor, subsistemas de descidas e subsistema de aterramento, sendo que o método de proteção mais utilizado atualmente é a Gaiola de Faraday.

Nesse método todos os perímetros superiores da edificação são circundados por um anel metálico (subsistema captor), interligado a descidas metálicas intercaladas a uma distância variável entre 10m e 25m, de acordo com o nível de proteção, que por sua vez depende do tipo de ocupação da estrutura.

Os subsistemas captor, de descidas e de aterramento podem utilizar elementos naturais, próprios da estrutura da edificação, ou não naturais, os quais são construídos para atender as exigências normativas.

Exemplos de elementos naturais são coberturas metálicas e suas estruturas usados como subsistema captor, pilares e colunas metálicas, assim como as armações metálicas do concreto armado das colunas usados como subsistema de descidas, armações metálicas das lajes usadas como anel de equilíbrio e armação metálica das fundações usadas como subsistema de aterramento.

O mastro de Franklin é uma alternativa de elemento não natural do subsistema captor. É um terminal acoplado a uma haste de metal, comumente de cobre ou alumínio, destinado a dar proteção as edificações.

Com isso atraindo as descargas elétricas atmosféricas, raios, para as suas pontas e desviando-as, através do subsistema de descidas para o solo através de cabos de pequena resistência elétrica.

Essas correntes serão dispersadas através do subsistema de aterramento, minimizando a possibilidade de danos físicos e/ou pessoais. Como o raio tende a atingir o ponto mais alto de uma área, o para-raios é instalado no topo do prédio.

Conforme item 3.28 da norma NBR 5419, SPDA externo isolado do volume a proteger é o sistema de proteção no qual os subsistemas de captores e os condutores de descida são instalados suficientemente afastados do volume a proteger, de modo a reduzir a probabilidade de centelhamento perigoso.

SPDA interno:

O SPDA interno é usado para minimizar os riscos de danos elétricos aos equipamentos devido ao tráfego dos distúrbios elétricos transportado pelos cabos metálicos para o interior da edificação, por indução e ocorrência de descargas atmosféricas nas instalações o próximo a elas, e ainda, promover a segurança dos usuários.

A NBR-5419 juntamente com a NBR-5410 apresenta requisitos mínimos e o conceito básico de zonas e exige a instalação de DPS (Dispositivos de Proteção contra Surtos) junto ao ponto de entrada da edificação para as redes de energia, e atender ao especificado na NBR IEC 61643-1.

O processo de implantação do SPDA interno consiste no estabelecimento de um modelo para as descargas atmosféricas, permitindo a simulação e cálculo de campos eletromagnéticos, as tensões e correntes transitórias gerados pelos raios; a definição de zonas de proteção; a escolha de uma topologia de equalização de potencial e de dispositivos de proteção contra sobre tensão.

Obrigatoriedade do SPDA

As instalações com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e manter Prontuario de Instalações Elétricas (PIE), e devem conter a recomendação do subitem 10.2.3 da norma NR-10 e no mínimo os itens conforme o subitem 10.2.4 abaixo:

“10.2.4 Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas, contendo, além do disposto no subitem 10.2.3, no mínimo: 

b) documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos;” 

Conclusão

Com certeza, a matéria é bem resumida pois é bastante extensa e com muitas particularidades quanto à projetos, instalações e muitas exigências conforme a norma descreve em todo seu conteúdo.

O SPDA deve passar por inspeções visuais completas com periodicidade anual e nessas inspeções deverão ser identificadas eventuais irregularidades e, no caso, corrigidas imediatamente para garantir e eficiência do sistema.

Além disso, a documentação das inspeções e medições do SPDA e aterramentos elétricos feitas anualmente, é exigida pela NR-10 e deve fazer parte do Prontuário das Instalações Elétricas.

Essa documentação é com certeza alvo de auditorias tanto para certificação da ISO 9000 como também pelo corpo de bombeiros local, quando da atualização de licenças de funcionamento conforme o tipo das instalações.

Referência bibliográfica:

  • NBR-5419/2015
  • NBR-5410
  • IEC-61643-1
  • https://pt.wikipedia.org

Comentários

13 respostas para “SPDA – Sistema de Proteção”

  1. Emanuelle disse:

    Parabéns pelo artigo. Li na NBR que é necessário fazer inspeção visual no sistema semestralmente, como seria essa inspeção e quem tem de fazer? Pois , acredito que tenha de ser um profissional habilitado pra analisar corretamente.
    Poderiam me ajudar com essa dúvida?

    Grata.

    • Luis Cyrino disse:

      A inspeção visual se trata de verificar todos os pontos de conexões principalmente para identificar possíveis deteriorações por ficarem expostos no tempo. Isso deve sempre ser realizado por um profissional habilitado e capacitado para essa atividade pois o mesmo deve emitir um relatório com as condições constatadas. Isso é uma prevenção que a empresa deve fazer para se certificar que está tudo em ordem com o sistema e caso não, corrigir imediatamente os problemas encontrados.

  2. Diego disse:

    òtimo texto! Parabens

  3. Boa noite,

    Muito Prazer Erielton Lopes da Silva, sou estudante na área de Gestão em Segurança do Trabalho na Instituição de ensino FMU Faculdade Metropolitanas Unidas. Pois gostaria de obter algumas informações, à respeito como é feita às Auditórias em Sistema de Proteção Contra Descargas elétricas. Vocês teriam algum material específico para que eu possa ter mais embasamento sobre o assunto, estarei deixando abaixo meu e-mail. Antes de tudo meus Parabéns pelo site, muito bom bastante conteúdo pertinentes áreas distintas.

  4. Iago César Silva Linhares disse:

    Tenho uma dúvida. Em um prédio residencial com subestação própria a malha de aterramento da subestação deve ser interligada a malha de aterramento do SPDA?

  5. Marta Silva disse:

    Ótimo site!

    Parabéns!!

  6. Sergio disse:

    A norma 5419 veio para aumentar a segurança das estruturas.

    O Site manutenção em foco aborda de forma clara os principais pontos dessa norma!

    Parabéns pelo blog.

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