Solução Analítica de Problemas
Solução Analítica de problemas – Analytic Trouble Shooting – ATS
Solução Analítica de Problemas – (Analytic Trouble Shooting – ATS), é uma metodologia idealizada por Kepner & Tregoe. Uma metodologia muito eficaz que responde a várias questões de forma sucessiva:
Por que isto aconteceu? Necessário uma solução de problemas;
Qual a melhor solução? Indica a tomada de decisão;
O que fazer primeiro? Avaliação da criticidade da situação;
O que pode dar errado? Consequência das ações tomadas.
Início de tudo
Benjamin Tregoe foi co-fundador da Kepner & Tregoe, uma empresa de consultoria de gestão, onde atuou como presidente emérito até seu falecimento em 2005. Tregoe ajudou a fundar a empresa em 1958 com o funcionário da RAND Corporation, Charles Kepner, com base em suas pesquisas sobre tomada de decisão racional e resolução de problemas.
A metodologia Analytic Trouble Shooting – ATS (Solução Analítica de Problemas) aumenta a eficiência operacional em ambientes de produção. Usado globalmente em diversas culturas e indústrias, a ATS se concentra na resolução de problemas.
Integra esforços de qualidade e produtividade e fornece um quadro lógico para o controle estatístico de processos – CEP, fabricação enxuta – LEAN, Six Sigma, Manutenção Produtiva Total – TPM, equipes de trabalho auto gerenciadas e outros programas.
Essa metodologia não é vinculada a uma máquina ou processo específico, trata-se de uma ferramenta flexível e crítica baseada no pensamento.
Com essa metodologia da ATS de Kepner & Tregoe, pessoas de todos os níveis compartilham uma linguagem e uma abordagem comuns para enfrentar até mesmo os problemas mais complexos.
Todos podem contribuir, incluindo aqueles sem conhecimentos técnicos. A chave para o processo é fazer as perguntas certas em uma ordem lógica e resolver os problemas um passo de cada vez.
Visão sistêmica
A metodologia aborda o ambiente da planta como um todo, sua cultura, sistemas, procedimentos de trabalho e os recursos humanos. De modo a identificar os obstáculos e apoios que afetam a resolução de problemas e a tomada de decisões.
Esta abordagem geralmente leva a reestruturar a forma como as pessoas, máquinas, processos de produção e sistemas de gerenciamento executam e interagem. Ao criar um ambiente de melhoria sustentável, a produtividade e os objetivos de qualidade são mais fáceis de alcançar.
Metodologia ATS usada para tomada de decisões
A ATS – Solução Analítica de Problemas, é uma metodologia bem estruturada para coletar o máximo de informações, elencar a sua prioridade e em seguida avaliar. É um método muito detalhado e complexo aplicável em diversas áreas, que é muito mais amplo do que apenas a seleção de ideias.
É chamado também de uma análise da causa raiz e um método de tomada de decisão. É uma abordagem passo-a-passo para resolver sistematicamente problemas, tomar decisões e analisar riscos potenciais.
Como usar a metodologia?
A metodologia ATS – Solução Analítica de Problemas, gira em torno de dois princípios fundamentais: identificar a causa raiz e as etapas das ações. Encontrar a causa inclui priorizar problemas, descrevê-los em detalhes, identificar e testar as possíveis causas.
Os solucionadores de problemas diferenciam os tipos de problemas e fazem perguntas focalizadas e sondando para reunir informações pertinentes. Antes de serem realizadas correções caras, a causa verdadeira é testada e confirmada.
Elaborar um plano de ações concentra-se na seleção de uma intervenção corretiva e, em seguida, pensar além da correção de modo a evitar futuros problemas.
Os bons solucionadores de problemas pensam em objetivos, encontram alternativas inteligentes e equilibram o risco antes de resolver um problema. Parte do processo ATS é examinar outras áreas que podem ser afetadas de forma semelhante, planejar a implementação de qualquer ação e se preparar para o inesperado.
Avaliando a situação atual
Devemos inicialmente avaliar a situação de acesso ou avaliação da situação atual seguindo alguns passos:
- Identificar as preocupações (problemas/falhas) listando-os;
- Definir um nível de criticidade para esses problemas/falhas como sua importância, magnitude, nível de influência, entre outros;
- Definir o nível de prioridade para medir a gravidade dos impactos (influência), urgência e potencial de crescimento;
- Decidir quais as medidas/ações a serem implementadas;
- Planejar QUEM está envolvido, O QUE eles estarão fazendo, ONDE eles estarão envolvidos, QUANDO acontece e a EXTENSÃO do envolvimento (magnitude).
Tomada de decisão (escolha entre duas ou mais alternativas)
- Identificar o que está sendo decidido como sendo a melhor solução;
- Estabelecer e classificar os objetivos de modo a explicitar o que se espera das ações, desde a mais básica até as mais complexas;
- Separar os objetivos em duas categorias: 1º precisa ser feito e 2º seria bom ser feito. Onde devemos atribuir fatores de importância de 1-10, onde 10 é o objetivo de busca mais importante e atribuir classificação de critério (pesos);
- Gerar as alternativas (podemos fazê-lo dessa forma ou podemos tomar outro caminho também);
- Avalie as alternativas marcando as necessidades em relação ao objetivo principal;
- Revise as consequências adversas (prejudiciais) de suas etapas corretivas (avaliação de risco;
- Faça a melhor escolha possível do que fazer.
Análise de Problemas – O que (What)
Situação onde “É”
Que objeto (s) específico (s) tem o desvio?
Qual é o desvio específico?
Situação onde “Não É”
Que objeto (s) similar (s) poderia ter o desvio, mas não? (Não aconteceu).
Que outros desvios podem ser razoavelmente observados, mas não são? (Não aconteceu).
Análise de Problemas – Onde (Where)
Situação onde “É”
Quando o desvio é observado, onde fica o objeto? (Geograficamente)
Onde está o desvio no objeto?
Situação onde “Não É”
Onde mais poderia esse desvio ser observado, mas, não é?
Onde mais o desvio poderia estar localizado no objeto, mas, não é?
Análise de Problemas – Quando (When)
Situação onde “É”
Quando o desvio foi observado pela primeira vez (data e horário)?
Quando desde então o desvio foi observado?
Quando, na história do objeto ou ciclo de vida, o desvio foi observado primeiro?
Situação onde “Não É”
Quando mais, o desvio foi observado pela primeira vez, mas não foi?
Quando desde então o desvio foi observado, mas não foi?
Quando mais, na história do objeto ou ciclo de vida, o desvio poderia ter sido observado primeiro, mas não era?
Análise de Problemas – Extensão (Extent)
Situação onde “É”
Quantos objetos tem o desvio?
Qual é o tamanho de um único desvio?
Quantos desvios existem em cada objeto?
Qual é a tendência? – Ocorrências ou Tamanho
Situação onde “Não É”
Quantos objetos podem ter o desvio, mas não tem?
Qual outro tamanho poderia ser um desvio, mas, não é?
Quantos desvios poderia haver em cada objeto, mas não tem?
Qual poderia ser a tendência, mas, não é? – Ocorrências ou Tamanho
Análise de Problemas – Avalie Causas Possíveis
Determine a causa mais provável;
Qual a possível causa que melhor explica a informação “É” e “Não É”;
Qual causa possível tem menores ocorrências, mais simples e razoáveis?
Análise do problema – Confirmar a verdadeira causa
O que pode ser feito para verificar quaisquer suposições feitas?
Como isso pode ser observado no trabalho?
Como podemos demonstrar a relação de causa-e-efeito: Arvore de perdas atual ou Diagrama de Ishikawa?
Quando a ação corretiva é tomada, como os resultados serão verificados?
Conclusão
Uma das grandes características da metodologia ATS – Solução Analítica de Problemas, é entender o ponto de partida de um problema ou de uma falha. Ou seja, a partir de qual momento ela passou a ser observada e quais as situações em torno dela que acontecerem.
Por exemplo, registramos problemas a partir do momento que foram trocadas algumas peças na máquina ou a partir do instante em que a matéria prima foi substituída. Ou seja, as perguntas certas para as mais variadas situações que cercam um problema ou uma falha devem ser observadas.
É a partir dessa metodologia que temos o conhecido DAF – Detecção Analítica de Falhas. Faz isso por meio da análise nos detalhes das falhas até encontrar sua causa raiz, faz a análise dos riscos e gera um plano de ações.
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