
SPDA – Sistema de Proteção
SPDA – Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas
SPDA é uma instalação dos Sistemas de proteção contra descargas atmosféricas, popularmente conhecido como para-raios, é uma exigência do Corpo de Bombeiros, regulamentada pela ABNT segundo a Norma NBR 5419.
Tem como objetivo evitar e/ou minimizar o impacto dos efeitos das descargas atmosféricas, que podem ocasionar incêndios, explosões, danos materiais e riscos à integridade física das pessoas.
Objetivo do SPDA segundo a norma NBR 5419
1.1 Esta Norma fixa as condições exigíveis ao projeto, instalação e manutenção de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) de estruturas (definidas em 1.2), bem como de pessoas e instalações no seu aspecto físico dentro do volume protegido.
1.2 Esta Norma aplica-se às estruturas comuns, utilizadas para fins comerciais, industriais, agrícolas, administrativos ou residenciais, e às estruturas especiais previstas no anexo A.
Anexo A:
A.1 Chaminés de grande porte
A.2 Estruturas contendo líquidos ou gases inflamáveis
A.3 Antenas externas
A.4 Aterramento de guindastes/gruas
SPDA segundo a norma é dividido em externo e interno.
SPDA externo:
O SPDA externo pode ser isolado ou não-isolado da estrutura a ser protegida.
Os sistemas externos não-isolados são compostos de 3 subsistemas: subsistema captor, subsistemas de descidas e subsistema de aterramento, sendo que o método de proteção mais utilizado atualmente é a Gaiola de Faraday.
Nesse método todos os perímetros superiores da edificação são circundados por um anel metálico (subsistema captor), interligado a descidas metálicas intercaladas a uma distância variável entre 10m e 25m, de acordo com o nível de proteção, que por sua vez depende do tipo de ocupação da estrutura.
Os subsistemas captor, de descidas e de aterramento podem utilizar elementos naturais, próprios da estrutura da edificação, ou não naturais, os quais são construídos para atender as exigências normativas.
Exemplos de elementos naturais são coberturas metálicas e suas estruturas usados como subsistema captor, pilares e colunas metálicas, assim como as armações metálicas do concreto armado das colunas usados como subsistema de descidas, armações metálicas das lajes usadas como anel de equilíbrio e armação metálica das fundações usadas como subsistema de aterramento.
O mastro de Franklin é uma alternativa de elemento não natural do subsistema captor. É um terminal acoplado a uma haste de metal, comumente de cobre ou alumínio, destinado a dar proteção as edificações.
Com isso atraindo as descargas elétricas atmosféricas, raios, para as suas pontas e desviando-as, através do subsistema de descidas para o solo através de cabos de pequena resistência elétrica.
Essas correntes serão dispersadas através do subsistema de aterramento, minimizando a possibilidade de danos físicos e/ou pessoais. Como o raio tende a atingir o ponto mais alto de uma área, o para-raios é instalado no topo do prédio.
Conforme item 3.28 da norma NBR 5419, SPDA externo isolado do volume a proteger é o sistema de proteção no qual os subsistemas de captores e os condutores de descida são instalados suficientemente afastados do volume a proteger, de modo a reduzir a probabilidade de centelhamento perigoso.
SPDA interno:
O SPDA interno é usado para minimizar os riscos de danos elétricos aos equipamentos devido ao tráfego dos distúrbios elétricos transportado pelos cabos metálicos para o interior da edificação, por indução e ocorrência de descargas atmosféricas nas instalações o próximo a elas, e ainda, promover a segurança dos usuários.
A NBR-5419 juntamente com a NBR-5410 apresenta requisitos mínimos e o conceito básico de zonas e exige a instalação de DPS (Dispositivos de Proteção contra Surtos) junto ao ponto de entrada da edificação para as redes de energia, e atender ao especificado na NBR IEC 61643-1.
O processo de implantação do SPDA interno consiste no estabelecimento de um modelo para as descargas atmosféricas, permitindo a simulação e cálculo de campos eletromagnéticos, as tensões e correntes transitórias gerados pelos raios; a definição de zonas de proteção; a escolha de uma topologia de equalização de potencial e de dispositivos de proteção contra sobre tensão.
Obrigatoriedade do SPDA
As instalações com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e manter Prontuario de Instalações Elétricas (PIE), e devem conter a recomendação do subitem 10.2.3 da norma NR-10 e no mínimo os itens conforme o subitem 10.2.4 abaixo:
“10.2.4 Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas, contendo, além do disposto no subitem 10.2.3, no mínimo:
b) documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos;”
Conclusão
Com certeza, a matéria é bem resumida pois é bastante extensa e com muitas particularidades quanto à projetos, instalações e muitas exigências conforme a norma descreve em todo seu conteúdo.
O SPDA deve passar por inspeções visuais completas com periodicidade anual e nessas inspeções deverão ser identificadas eventuais irregularidades e, no caso, corrigidas imediatamente para garantir e eficiência do sistema.
Além disso, a documentação das inspeções e medições do SPDA e aterramentos elétricos feitas anualmente, é exigida pela NR-10 e deve fazer parte do Prontuário das Instalações Elétricas.
Essa documentação é com certeza alvo de auditorias tanto para certificação da ISO 9000 como também pelo corpo de bombeiros local, quando da atualização de licenças de funcionamento conforme o tipo das instalações.
Referência bibliográfica:
- NBR-5419/2015
- NBR-5410
- IEC-61643-1
- https://pt.wikipedia.org