MTBF – Mean Time Between Failures

MTBF – Mean Time Between Failures

MTBF – Mean Time Between Failures

MTBF – Um dos controles básicos da área de PCM sem dúvida trata-se dos indicadores de desempenho da área de Manutenção. Dentre eles temos um indicador chamado de MTBF e considerado como KPI, ou seja, um dos indicadores chave do setor.

Numa publicação sobre Indicadores de Manutenção em nosso blog temos a explicação do uso e diferença desses termos, indicadores e KPIs, se tiver dúvidas vejam a matéria no link acima.

Entendendo o MTBF

MTBF no meio industrial significa o Tempo médio entre as quebras/falhas de uma máquina ou equipamento. Normalmente, um cálculo é feito para gerar um indicador da confiabilidade podendo ser da planta e/ou de cada ativo que se deseja medir.

O cálculo do MTBF é o total de horas produtivas sobre o número de quebras por um mesmo período, normalmente se usa períodos mensais. Precisamos, no entanto, entender alguns cuidados que devemos ter com o uso desse indicador que precisam ser abordados quando você faz um cálculo do mesmo.

Definição de quebra/falha

Para medir o MTBF, você precisa contar o número de eventos da quebra/falha. Mas algumas delas estão fora do seu controle e você não pode influenciá-las ou mesmo ter o controle sobre elas, como quedas momentâneas de energia que podem gerar problemas de paradas por falhas em equipamentos eletrônicos, ou acidentes externos que podem causar interrupções no fornecimento de energia, água, entre outros.

Outra definição importante é definir o que é quebra/falha e pequenas paradas, conceitos que vão definir por exemplo se uma parada de até 10 minutos será considerada uma “pequena parada” e não uma quebra/falha e assim não conta como um evento para cálculo do MTBF.

Outros conceitos importantes

No caso do cálculo do MTBF é importante deixar claro que algumas quebras/falhas que interrompem a produção podem não ser consideradas como um evento de manutenção, ou mesmo que seja, foi causado por fatores alheios à manutenção.

Por exemplo, um erro operacional ou mesmo uma matéria prima ou insumo com problemas que podem causar defeitos e interromper a produção. Ou seja, essas interferências na disponibilidade da máquina ou equipamento não devem contar como eventos de corretiva para o cálculo do MTBF.

Isso interfere sobremaneira no índice do indicador levando a falsas interpretações da efetividade dos serviços da Manutenção. Todos esses detalhes devem estar claros para todas as áreas, assim os valores medidos do MTBF serão mais confiáveis para efeitos de avaliações da manutenção.

Para ter sentido um cálculo de MTBF, você precisa saber quais são as quebras/falhas que serão consideradas no cálculo e quais não serão. E todos também precisam de alguma maneira entender por que essas escolhas foram feitas.

Definição do Tempo real de Operação

Você consideraria o “tempo de operação da máquina ou equipamento” para o cálculo do MTBF a qualquer momento em que ele estava ligado, ou apenas quando estava realmente em cargas de trabalho?

Se na fórmula desse indicador você incluísse todo o tempo de operação a partir do momento em que o mesmo estivesse ligado, e não apenas quando as peças estavam sob tensão trabalhando, seu valor do MTBF seria maior.

Mas esse valor do tempo médio entre falhas não seria representativo de outras máquinas por exemplo, que estão funcionando continuamente e que quase nunca estão ligadas, mas não em operação.

Você não pode usar o MTBF como um indicador para comparar o mesmo modelo de máquina ou equipamento, se estiverem sofrendo em diferentes situações de trabalho.

Para ter sentido um cálculo do MTBF você precisa saber a situação específica e os cenários operacionais que estão sendo medidos. Como tempo efetivo de disponibilidade, ou melhor dizendo, de operação, devemos considerar tudo o que não será considerado nesse tempo.

Tais como tempo de ajuste em marcha lenta (baixa velocidade), setup, intervalos de refeição ou troca de turnos, limpeza e lubrificação, entre outros. Todos esses conceitos e interpretações normalmente já fazem parte do cálculo do OEE e, portanto, são esses números de trabalho efetivo da máquina ou equipamento que deve ser considerado para o cálculo do MTBF.

Selecionando o que monitorar

Mais uma questão a considerar com relação ao MTBF é se você mede todo um processo ou mede máquinas ou equipamentos individuais dentro de um processo. Um processo completo sofre perda de MTBF cada vez que um de seus itens críticos “falha”.

Se você tiver um problema individual que derruba o desempenho do MTBF de todo o processo, o “individual” precisa ser destacado como a causa do mal desempenho do indicador.

As empresas que tomam toda a linha / processo em cálculos do MTBF muitas vezes lutam para obter um índice alto devido a alguma máquina ou equipamento falhando dentro do sistema que está sendo monitorado.

Essas empresas também precisam medir o MTBF da máquina ou equipamento de forma individual, para identificar o problema, por isso suas causas de quebra/falha podem ser abordadas e o problema ser resolvido tornando todo o processo mais confiável.

Como se proteger da armadilha de cálculo MTBF

Os cálculos desse indicador podem se tornar facilmente uma armadilha estatística, ou seja, um índice fabricado, cuidado com isso. Você nunca pode melhorar uma empresa se as pessoas falam ou fabricam mentiras sobre seu desempenho e escondem a verdade de onde os problemas realmente se encontram.

Para você obter os valores de MTBF como um KPI (Key Performance Indicator) confiável, os parâmetros devem ser entendidos e legítimos, ou seja, se os números atuais são ruins, vamos melhora-los, mas de forma a realmente corrigir os problemas e não mascara-los.

MTBF por categorias

Talvez como sugestão, poderíamos categorizar o cálculo do MTBF para melhor entender os problemas. Poderia ser relacionado por:

  1. Eventos de manutenção originados pelas máquinas e equipamentos,
  2. Eventos induzidas ou causadas pela operação;
  3. Interrupções externas que você não pode controlar, como energia ou falta de água;
  4. Problemas originados por defeitos de matéria prima ou insumos.

Conclusão

Como se pode notar no decorrer desta matéria, um indicador como o MTBF precisa ser entendido de várias maneiras. Alguns parâmetros precisam ser definidos e aceito por todos na empresa e não só pela Manutenção.

Ter um indicador para preencher quadros e fazer parecer que usa o mesmo para direcionar suas ações, é melhor não os ter. Indicadores foram criados para auxiliar as áreas de trabalho a entenderem o comportamento do que se está medindo.

Por isso enfatizo que todo tipo de indicador deve ter seu entendimento claro, objetivo e por fim, o mesmo fazer sentido de existir, simples assim. E você meu caro leitor, concorda com isso ou tem outros conceitos que possa compartilhar conosco?

 

 

Fonte: lifetime-reliability.com