Rotas de lubrificação

Luis Cyrino
28 maio 2017
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Rotas de lubrificação

Rotas de lubrificação, como o próprio nome diz, é um “caminho” descrito por meio de um documento, que o profissional de lubrificação deve percorrer numa determinada periodicidade para executar a lubrificação de máquinas e equipamentos.

Como definir essas rotas?

Importante nessa etapa de elaboração das rotas de lubrificação, seguir algumas fases para que esse plano seja eficiente.

Já entendido quais máquinas e equipamentos farão parte desse plano e seus pontos de lubrificação já definidos, podemos então citar algumas fases como parâmetro ou referência, tais como (não necessariamente nessa ordem):

1ª Fase – Layout dos ativos

Importante na elaboração das rotas de lubrificação, que a mesma deve ser determinada em função do layout das máquinas e equipamentos.

Digo isso por motivos óbvios, ou seja, melhor programar, por exemplo, uma lubrificação diária onde as máquinas estejam de alguma maneira mais próximas, ou de um mesmo setor.

Excesso de deslocamento causa perdas de tempo com implicações na produtividade pessoal, um dos princípios de combate do sistema LEAN.

2ª Fase – Disponibilidade dos ativos

Alguém pode me perguntar, “mas a disponibilidade tem que existir” e digo que é isso mesmo, mas o fato de se preocupar com essa disponibilidade que digo é em relação a outro fator.

Às vezes você pode programar várias máquinas ou equipamentos de uma mesma linha ou que produz itens específicos e prioritários ou sejam ativos classificados como prioridade “A”.

Enfim, essa programação deve obedecer alguns critérios onde a área do seu cliente, a “Produção” e por vezes o PCP deve participar dessa elaboração.

3ª Fase – Frequência dos pontos de lubrificação

Nesta fase devemos elencar todos os pontos de lubrificação de cada ativo e fazer o levantamento da frequência ou periodicidade que cada ponto de lubrificação necessita.

Isso é necessário para atender aos requisitos que cada ponto demanda para que seja lubrificado corretamente, normalmente conforme indicação do fabricante.

Essa diferenciação é necessária para poder elaborar as rotas por diversos fatores que favorecem o planejamento diário. Entre eles, a quantidade de pontos com as diversas frequências, se diária, mensal e anual por exemplo.

4ª Fase – Tempo de lubrificação

Essa talvez seja uma das fases mais delicadas, importantes e que carecem de uma certa assertividade. Esse planejamento de uma rota diária precisa ser preenchido com o tempo disponível da melhor maneira possível.

Então é necessário a ajuda do profissional de lubrificação para se estimar o tempo dispensado para cada ponto a ser lubrificado.

5ª Fase – Material necessário

Na rota de lubrificação deve estar especificado para cada ponto a ser lubrificado, qual o material necessário. Digamos que um ponto seja para verificar e completar nível de óleo de um redutor, nesse caso podemos precisar de funil, óleo específico, panos de limpeza e chave para retirar o tampão/plug do redutor.

Importante também deixar especificado para certos pontos, a quantidade de lubrificante ou a forma de visualizar que está lubrificado adequadamente.

Elaborando as rotas de lubrificação

Uma vez definidos os itens dessas fases acima descritas, podemos então elaborar a descrição das rotas de lubrificação para podermos disponibilizar o documento diário para a execução da atividade.

O que deve conter nesse documento?

Depois dessas fases elencadas acima, temos agora alguns itens que devem fazer parte desse documento da rota de lubrificação. É obvio que podemos ter métodos e maneiras diferentes dos que até agora relatei, mas basicamente o que precisamos é isso e mais:

Frequência: Ou periodicidade, é o que devemos destacar para cada ponto a ser lubrificado, ou seja, se é diário, semanal, quinzenal, mensal e assim por diante.

Conjunto ou parte do ativo: Conforme o plano mestre de lubrificação desse ativo, deve estar destacado o local base e um referencial do ponto de lubrificação. Exemplo: “Unidade de impressão” – “item 8.3.5”.

Descrição da atividade: Simplesmente descrever de forma sucinta e clara o que deve ser feito nesse ponto de lubrificação. Exemplo: “Engraxar mancais do eixo de transmissão principal”.

Descrição do material: para o determinado ponto especificar o material necessário como tipo de graxa, panos de limpeza, ferramental de aplicação, etc. Inclusive destacar se necessário a quantidade de lubrificante.

Status do Ativo: Devemos citar o status de funcionamento da máquina ou equipamento, ou seja, cada ponto deve estar descrito no documento se esse ativo deve estar parado e bloqueado ou pode estar em funcionamento e sem riscos ao profissional que estará executando essa atividade. Segurança em primeiro lugar!!!

Espaço para observações: Muito importante deixar um espaço para que o profissional executante relate qualquer irregularidade encontrada. As vezes pode ser verificado algum problema no ponto a ser lubrificado ou nas suas imediações que podem comprometer a máquina ou equipamento.

Ou mesmo não se conseguiu fazer a lubrificação por outros motivos. Isso deve ser anotado e entregue ao PCM ou responsável para que se possa tomar as devidas providencias.

Conclusão

Acredito que podemos observar no decorrer dessa matéria que elaborar as rotas de lubrificação não é uma tarefa das mais simples. É um trabalho que requer muita atenção, dedicação e assertividade pois classifico como a tarefa mais importante da manutenção de máquinas e equipamentos.

Sem lubrificação adequada, qualquer trabalho da Manutenção por mais importante que seja, perde o sentido da lógica. Sabemos que a lubrificação deficiente é uma das maiores causas que geram quebras nas máquinas e equipamentos. Então vamos lá elaborar as rotas de lubrificação, se já tem verifiquem se está 100% atendendo as necessidades dos seus ativos.

Caso interessar temos um exemplo de rota de lubrificação, clique “Rota de lubrificação” e faça o seu downloads.

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