Periodicidade da Manutenção Preventiva

Luis Cyrino
10 set 2017
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Periodicidade da Manutenção Preventiva

Periodicidade da Preventiva – Uma forma de manutenção das mais difundidas e usadas hoje em dia é a Manutenção Preventiva que é baseada no tempo e em dados estatísticos.

A manutenção Preventiva está baseada no princípio em que toda máquina e/ou equipamento no decorrer do seu tempo de uso está sujeito a um processo de desgaste / deterioração.

Portanto inevitavelmente faz-se necessário nesse intervalo de tempo algumas intervenções de reparos, troca de peças e componentes.

Sua finalidade é reduzir a probabilidade de falha/quebra e a degradação do estado original de funcionamento das máquinas e equipamentos. Um dos problemas de se ter bons resultados com base nos custos da Manutenção Preventiva, está na dificuldade em se determinar os intervalos de tempo.

E na dúvida, acaba-se por determinar intervalos normalmente menores que o necessário o que implica em paradas e troca de peças desnecessárias, com isso eleva-se os custos da Manutenção Preventiva.

Fatores que dificultam a periodicidade da preventiva

Embora a utilização da estratégia da Manutenção Preventiva permita a antecipação e correção de falhas antes da sua ocorrência, ela também gera indisponibilidade no processo.

Isso porque para cada evento de manutenção há necessidade de interromper esse processo, configurando a periodicidade e o tempo de execução da Manutenção Preventiva. Portanto a manutenção torna-se complexa, devido a isso e outros fatores, tais como:

– A periodicidade da Manutenção Preventiva de cada ativo deve ser combinada com todo o processo, para gerar uma melhor utilização do tempo de parada.

– Dificuldade para definir quais componentes serão trocados, a partir do possível conhecimento da vida útil do mesmo.

– Concentração do maior número possível de atividades para aproveitar o comprometimento do processo, ou seja, o tempo total de parada para essa manutenção.

Com todas essas dificuldades, a definição de uma periodicidade maior, que proporciona menor custo e maior confiabilidade nos sistemas, é um dos desafios da Manutenção Preventiva.

Tem como determinar uma periodicidade ideal?

Acredito que a periodicidade ideal é bem complicada conforme citado acima e também devido as máquinas e equipamentos serem constituídos de muitos itens e sistemas ou conjuntos bem diversificados.

Sempre teremos aquela situação de um item, conjunto ou sistema estar ainda em condições, mas pela sua complexidade de reparo, torna-se viável fazer a manutenção preventiva, mesmo antes do tempo correto.

Agora podemos minimizar esse problema com algumas medidas que acredito ser viável, vai depender da estratégia da Manutenção em querer e/ou conseguir adotar.

Sugestões para uma periodicidade mais assertiva

Para fazer esse planejamento mais assertivo da Preventiva sugiro seguir alguns passos para que se possa determinar um tempo mais próximo do ideal. Nesses passos não estou levando em consideração o uso da estratégia da Confiabilidade que sabemos tem as técnicas ideais para determinar o tempo de vida útil dos componentes que compõe um ativo.

E o uso dessas técnicas facilita sobremaneira a tarefa de determinar essa periodicidade e as melhores estratégias. Como muitas empresas não tem a expertise ou recursos para investir nessas técnicas, vamos usar outros conceitos mais simples e comuns.

Passo 1: Ter uma base de dados com informações sobre todas as intervenções dos ativos que estão no plano de manutenção Preventiva. Essa base de dados é fundamental para entender as particularidades de problemas ou incidências de algumas necessidades de cada tipo de ativo. São informações que nos fornecem subsídios para uma tomada de decisão sobre as melhores estratégias de manutenção.

Passo 2: Fazer uma divisão da máquina em conjuntos, ou seja, toda máquina normalmente tem partes distintas que a compõe. Isso já deve ser comum para efeito dos controles dos indicadores de cada tipo de ativo. Esse formato de divisão de uma máquina em conjuntos facilita e muito o entendimento da Manutenção sobre as suas estratégias de ação.

Passo 3: Elaborar um plano de manutenção para cada conjunto da máquina de forma que contemple todas as partes possíveis que geram desgastes e/ou deterioração baseados no tempo de uso. Com base no passo 1, temos a possibilidade de entender que para cada item do plano desse conjunto teremos uma probabilidade mais assertiva de alguns problemas.

Passo 4: Com base nos passos anteriores, determinar se for o caso, um plano de preventiva parcial. Ou seja, determina-se períodos diferentes para os diversos conjuntos conforme o entendimento e a necessidade identificada nesses passos. Nesses casos poderemos ter uma determinada máquina que pelo seu porte ou complexidade, definimos duas ou três paradas anuais para a Preventiva.

Conclusão

Acredito que esses passos ajudarão e muito a melhorar essa assertividade da periodicidade da Preventiva. E isso pode ser utilizado e ser aperfeiçoado conforme o passar do tempo.

Ou seja, podemos melhorar e aperfeiçoar essa periodicidade e com auxílio de outras técnicas como o uso da análise de falhas, Técnicas Preditivas e projetos de melhorias.

O importante é ter um plano de preventiva que contemple principalmente os ativos classificados com criticidade “A” e aperfeiçoar as estratégias constantemente. E você acredita nessas medidas ou não, ou tem algo a acrescentar sobre o assunto?

Comentários

7 respostas para “Periodicidade da Manutenção Preventiva”

  1. Renan Cosme disse:

    “Sempre teremos aquela situação de um item, conjunto ou sistema estar ainda em condições, mas pela sua complexidade de reparo, torna-se viável fazer a manutenção preventiva, mesmo antes do tempo correto.”

    Essa frase foi muito bem colocada, principalmente quando se existe casos de peças/equipamentos especiais onde o prazo do fornecedor é muito alto para a fabricação dos mesmo.

    Excelente matéria !!!

  2. Tulio Leite disse:

    Acredito que uma das alternativas é melhorar e aperfeiçoar a inspeção nos equipamentos. A manutenção tem que ter todo o controle de todos equipamentos, principalmente dos indicadores (MTBF e MTTR), com certeza isso ajudará bastante nas manutenções.
    Ao realizar a manutenção e substituir algum componente, sempre é bom documentar e fazer o histórico das ações, com isso no futuro terá uma previsão de desgaste e substituição do item.

    Muito boa a matéria.

  3. Renato Sanches disse:

    Acredito que para definição da periodicidade das manutenções preventivas quando está sendo implantada e não se tem o histórico da máquina ou equipamento (o que é bem comum), uma ótima alternativa são as rotas de inspeção direcionadas em pontos ou conjuntos específicos das máquinas e equipamentos, ou seja, com baixo custo e pequenas paradas de produção a Manutenção começa a conseguir mensurar o tempo entre uma manutenção preventiva e outra através destas inspeções além de levantar algumas necessidades não previstas que servirão de input para as programações.

  4. Vandic Rocha disse:

    Penso que em alguns segmentos que não tem regulação por Leis podemos atuar de acordo com as colocações do Tulio.
    Em ambientes Offshore a dificuldade em conseguir “POB” é o item de maior importância, “Planos de Manutenção, Operação e Controle” são quase impossíveis de serem executados, com a Lei 13.589/2018 que trata sobre a manutenção de equipamentos de HVAC-R em Ambientes Artificialmente Climatizados e exige periodicidade mensal na manutenção dos equipamentos, análise do ar Semestral e Limpeza de Dutos Anual.
    Novos Comissionamentos devem levar em consideração além da NR 16401/02/03/04 (Projeto e Instalação) a Lei supracitada, a http://www.petrofrio.com.br esta disponível para iniciar parceria no desenvolvimento de estratégias para aplicação efetiva deste comissionamento.

  5. Gustavo disse:

    Muito bom seu argumentos e visão do campo. Agradeço pelo texto. Muito bem colocado e entendivel. Sem um histórico bem feito é realmente muito mais difícil fazer esse tipo de levantamento do que será feito no seu tempo e ações que deveram ser tomadas.
    Muito bom obrigado.

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