Óleos lubrificantes e suas aplicações

Luis Cyrino
8 abr 2015
11
68017

Conceitos e aplicações dos óleos lubrificantes

Tipos de lubrificantes

Óleos lubrificantes – Os lubrificantes podem ser gasosos como o ar; líquidos como os óleos em geral; semi sólidos como as graxas e sólidas como o grafite, o talco, a mica etc. Os lubrificantes mais práticos e de uso comum são os líquidos e os semi-sólidos.

A origem dos óleos

Os óleos lubrificantes podem ser de origem animal ou vegetal, derivados de petróleo (óleos minerais) ou produzidos em laboratório (óleos sintéticos), podendo ainda ser constituído pela mistura de dois ou mais tipos (óleos compostos).

O óleo lubrificante pode ser formulado somente com óleos básicos (óleo mineral puro) ou agregados e aditivos. Inicialmente a lubrificação era feita com óleo mineral puro até a descoberta dos aditivos.

Classificação dos óleos

Quanto à origem, os óleos podem ser classificados em quatro categorias:

Óleos minerais – substâncias obtidas a partir do petróleo e, de acordo com sua estrutura molecular, são classificadas em óleos parafínicos ou óleos naftênicos.

Óleos vegetais – são extraídos de sementes: soja, girassol, milho, algodão, arroz, mamona, oiticica, babaçu etc.

Óleos animais – são extraídos de animais como a baleia, o cachalote, o bacalhau, a capivara etc.

Óleos sintéticos – são produzidos em indústrias químicas que utilizam substâncias orgânicas e inorgânicas para fabricá-los. Estas substâncias podem ser silicones, ésteres, resinas, glicerinas etc.

Aplicações dos óleos

Os óleos animais e vegetais raramente são usados isoladamente como lubrificantes, por causa da sua baixa resistência à oxidação. Os óleos sintéticos são de aplicação muito rara, em razão de seu elevado custo, e são utilizados nos casos em que outros tipos de substâncias não têm atuação eficiente. Já os óleos minerais são os mais utilizados nos mecanismos industriais, sendo obtidos em larga escala a partir do petróleo.

Características dos óleos lubrificantes

Os óleos lubrificantes são submetidos a ensaios físicos padronizados que, além de controlarem a qualidade do produto, servem como parâmetros para os usuários. Os principais ensaios físicos padronizados para os óleos lubrificantes são:

  1. Viscosidade – é a resistência ao escoamento oferecida pelo óleo. O ensaio é efetuado em aparelhos denominados viscosímetros.
  2. Índice de viscosidade – Mostra como varia a viscosidade de um óleo conforme as variações de temperatura.
  3. Densidade relativa – Relação entre a densidade do óleo a 20°C e a densidade da água a 4°C.
  4. Ponto de fulgor – Temperatura mínima à qual pode inflamar-se o vapor de óleo, no mínimo, durante 5 segundos. O ponto de fulgor é um dado importante quando se lida com óleos que trabalham em altas temperaturas.
  5. Ponto de combustão – Temperatura mínima em que se sustenta a queima do óleo.
  6. Ponto de mínima fluidez – Temperatura mínima em que ocorre o escoamento do óleo por gravidade. O ponto de mínima fluidez é um dado importante quando se lida com óleos que trabalham em baixas temperaturas.
  7. Resíduos de carvão – Resíduos sólidos que permanecem após a destilação destrutiva do óleo.

Os óleos lubrificantes são classificados por três normas: SAE, API e ASTM.

  • SAE: Society of Automotive Engineers(Associação dos Engenheiros Automotivos)- define a classificação do lubrificante conforme a necessidade, normalmente está relacionada à viscosidade do óleo.
  • API: American Petroleum Institute –(Instituto Americano de Petróleo)- desenvolve a linguagem para o consumidor em termos de serviços dos óleos lubrificantes.
  • ASTM: American Society for Testing of Materials – (Associação Americana para Prova de Materiais)- Define os métodos de ensaios e limites de desempenho do lubrificante.

Óleos lubrificantes usados nas indústrias

Os distribuidores e fabricantes dos lubrificantes em geral, assim como os fabricantes de máquinas que usam esses lubrificantes, usam a norma ISO (Organização Internacional para padronização), ou ISO VG. A tabela de viscosidade da ISO, é a taxa numérica da viscosidade dos óleos e lubrificantes conforme estabelecido por várias organizações em 1975 para ajudar a padronizar o mercado.

Esse assunto é bastante amplo não é mesmo? Veja no link abaixo uma matéria onde falamos mais sobre os lubrificantes, agora falando sobre as graxas e sua importância na manutenção de máquinas e equipamentos. Deixe seu comentário, sua opinião é muito importante.

Conceitos e aplicações das graxas

Comentários

11 respostas para “Óleos lubrificantes e suas aplicações”

  1. Marcelo Ferreira disse:

    Bom dia!
    Pela especificação de um óleo, como se faz para identificar se o mesmo é mineral ou sintético?
    Óleos mono-viscosos são todos minerais?
    Desde já agradeço.

    • Luis Cyrino disse:

      Olá Marcelo, boa pergunta. Pelas literaturas sobre o tema, a especificação se o óleo é sintético, semi-sintético ou mineral vem especificado na embalagem com essa descrição e não por letras ou números, ou seja, numa embalagem estará descrito “óleo mineral” ou “óleo sintético”, simples assim. Caso numa embalagem não estiver escrito nada disso, é porque o óleo é mineral, mas são poucas situações que acontece isso. Já sobre o óleo mono-viscoso como são limitados a trabalhos em temperaturas específicas, são encontrados somente com base mineral, é um óleo pouco utilizado hoje em dia por não aceitar variações de temperatura. Já os óleos semi-sintético e sintético são todos multi-viscosos.

  2. Amauri Oliveira disse:

    boa tarde, tenho vontade de iniciar um pequeno negócio de venda de óleos para a industria na minha região (São Carlos – SP). Quanto seria necessário em relação ao investimento? será que com 20 mil reais eu conseguiria dar inicio nessa atividade?

    • Luis Cyrino disse:

      Amauri esse negócio de revenda de óleos industriais como o automotivo é muito lucrativo, só não sei lhe dizer qual seria o capital a ser investido para começar. Sugiro você entrar em contato com empresas de lubrificantes em geral onde você poderia ser um revendedor de certas marcas. Outra opção seria você buscar ajuda no Sebrae da sua cidade, com certeza lhe dariam boas informações.

  3. Parabéns pela excelente explicação para todos nós dos Setores de Lubrificação.
    “COSTARLUB REPRESENTAÇÕES”
    Estamos com 04 vagas em aberto para *Vendedores e Representantes Comerciais com M.E.I e Carteira Própria de Clientes Consumidores para o Rio Janeiro e Grande Rio.Nossos produtos vem direto de Fábrica.Favor enviar Currículo para o Email:costarlub@yahoo.com.br
    #SUCESSO…É a soma de pequenos esforços repetidos diariamente…Vitória seja um Campeão

  4. João Batista Teodoro disse:

    Bom dia bom a tratativa dos temas.
    Gostaria de saber se a troca de oleo deve ser realizada mesmo sem o motor ter trabalhado a quantidade de horas recomendadas ?
    Se o tempo em dias meses e anos passados após a ultima troca ja faz jus mesmo sendo o motor pouco trabalhado.

    • Luis Cyrino disse:

      Bom dia João Batista, a troca do óleo deve ser realizada nas duas condições, por isso sempre no manual consta as duas situações de troca. Um óleo que não atinge a quilometragem, mas fica por tempo demais no cárter (tempo superior a um ano) pode vir a sofrer alto teor de contaminação e oxidação, portanto a troca após esse período é importante, mesmo que não tenha atingido a quilometragem indicada no manual.

  5. Onde os lubrificantes liquidos sao aplicados ??

  6. […] a existência de três tipos de aditivos, os aditivos para combustíveis, os aditivos para os óleos lubrificantes e os aditivos que são utilizados como meios de arrefecimento (usado no radiador do veículo).    […]

  7. […] nos óleos lubrificantes é um problema principalmente quando não se dissipa, pois ela é um eficiente isolante térmico. […]

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *