Manutenção Autônoma e sua implantação
Manutenção Autônoma – TPM
Manutenção Autônoma como os outros pilares da TPM, precisa da adoção de um procedimento de implantação passo a passo que possa se entender facilmente, permite que as atividades evoluam lenta, mas profundamente.
O foco passo a passo delimita claramente as atividades de fase, facilitando a execução de auditorias regulares que aprovam os avanços feitos a cada passo, e dá aos operadores um sentimento de vitória conforme avança o programa.
É preciso explicar claramente as intenções e objetivos de cada passo a respeito de equipamentos e pessoas, explicar a finalidade das atividades, e colaborar com as diretrizes da direção.
Visão geral das sete etapas
Antes das sete etapas temos a etapa 0 (zero) que consiste basicamente na preparação para o início das atividades do pilar MA. Em muitos casos onde as condições em que se encontram as instalações, estão muito precárias, pode-se tomar outras medidas nessa preparação. Tem se usados por muitas empresas o emprego da técnica japonesa do 5S, com certeza uma ótima ideia.
Na sequência, o pilar da Manutenção Autônoma se implanta em sete etapas, começando pela limpeza inicial e prosseguindo até a plena autogestão. Com ela se pretende estabelecer condições de processo adequados aplicando repetidas interações do ciclo para a melhoria contínua (PDCA). As etapas 1 a 3 dão prioridade a suprimir os elementos que causam a deterioração acelerada, prevenir e reverter a deterioração, e estabelecer e manter as condições básicas do equipamento.
Paralelamente, os objetivos destes passos são conseguir que os operadores se interessem e se responsabilizem pelas suas máquinas e ajudá-los a mudar a imagem de meros apertadores de botões de painéis e ajustadores. Nas etapas 4 e 5, os líderes de grupo ensinam procedimentos de inspeção aos seus membros, e a inspeção geral será realizada em todas as máquinas e seus processos.
Os objetivos destes passos são reduzir as quebras e formar operadores que compreendam e dominem a fundo suas máquinas, equipamentos e processos. As etapas 6 e 7 estão focadas para reforçar e elevar o nível de manutenção autônoma e atividades de melhoria, padronizando sistemas e métodos, e ampliando a esfera de ação desde suas máquinas, equipamentos a outras áreas tais como almoxarifados, estoques, etc. O objetivo final destes passos é uma organização robusta e a cultura de que cada local de trabalho é capaz de se auto gerenciar.
Etapas da implantação do pilar MA:
Etapa 0 ou inicial: Preparação
Essa etapa consiste basicamente na preparação para o início das atividades do MA, normalmente se faz uso da técnica do 5S e etiquetagem com participação além dos operadores, do pessoal administrativo.
Etapa 1: Realizar a limpeza inicial e inspeção
Nessa etapa, agora somente com pessoal da operação, deve-se aprimorar o senso de limpeza e inspeção da sua máquina.
- Limpeza geral da máquina;
- Aprender as funções de todos os pontos da máquina;
- Definição do cronograma de limpeza;
- Definição de paradas para resolução das anomalias (etiquetas);
- Plano para resolução das anomalias (etiquetas) mais complexas.
- Descobrir as irregularidades tais como as anomalias, fontes de contaminação, locais de difícil acesso, e fontes de defeitos de qualidade e identificar com a etiquetagem;
- Eliminar os materiais desnecessários e raramente utilizados, e simplificar o local de trabalho.
Etapa 2: Eliminar as fontes de sujeira e locais de difícil acesso
Nessa etapa, deverá ser eliminada a deterioração forçada e a utilização do controle visual na detecção de defeitos.
- Reduzir o tempo dedicado a deixar em ordem a máquina ou equipamento, eliminando as fontes de pó e sujeira, evitando a dispersão, e melhorando as partes que sejam difíceis de limpar, inspecionar, lubrificar, apertar ou manipular.
- Propor melhorias dos problemas que foram identificados;
Etapa 3: Elaborar padrão provisório de limpeza, lubrificação e inspeção
As pessoas da equipe deverão decidir em cima de suas próprias observações, entender o seu papel, estabelecer seus padrões e entender a importância da lubrificação.
- Formular padrões de trabalho que ajudem a manter a limpeza, lubrificação e aperto de partes soltas em níveis adequados;
- Melhorar a eficiência do trabalho de inspeção introduzindo controles visuais.
- Criar folha de rotina que possibilite procedimentos segundo o padrão e procurar reduzir o tempo de trabalho.
Etapa 4: Realizar a inspeção geral da máquina
Nesta etapa a máquina será restaurada através de inspeções gerais do exterior e do aperfeiçoamento da confiabilidade, KAIZEN das áreas difíceis para inspeções e providenciar correções e fazer com que as inspeções sejam rotineiras e eficientes.
- Diagnosticar e reparar pequenos defeitos através da inspeção geral;
- Preparar padrão experimental para inspeção autônoma;
- Compreender regras de garantia de qualidade;
- Definir ferramentas como gabaritos e medidores, para garantir a qualidade imposta ao produto;
- Preparação de material didático para qualificação sobre técnicas em inspeção geral com base em manuais;
- Implementação e acompanhamento dos cursos de qualificação de líderes.
Etapa 5: Realizar inspeção geral dos processos
Nesta etapa o objetivo é a implementação da inspeção através do manual de padrões de inspeção. Devem ser bem definidas as atribuições de inspeções da manutenção e da operação.
- A inspeção deve ser realizada dentro de períodos pré-determinados e todos os itens a serem verificados devem ser controlados;
- Deve-se adotar medidas que permitam inspeções de fácil visualização;
- A localização e os itens inspecionados devem ser claramente indicados;
- As pessoas da operação devem ser treinadas especificamente para as inspeções autônomas;
- Os operadores devem aprender o porquê da necessidade da inspeção e o que acontece se ela não for feita;
- Deve-se ter em mente que qualquer anomalia encontrada, deve ser tratada de imediato com ações que eliminem tal problema.
Etapa 6: Manutenção autônoma sistemática (padronização)
Nessa etapa o objetivo é a organização, a ordem e a efetivação do controle de manutenção através da padronização.
- A revisão do controle feito de forma visual.
- Implantar a manutenção da qualidade e de segurança estabelecendo procedimentos claros;
- Estabelecer um sistema de autogestão para melhorar o fluxo no lugar de trabalho, as peças de reposição, ferramentas, trabalhos em andamento, produtos finais, dados, etc.
Etapa 7: Prática plena da auto-gestão
Nesta última etapa, já foram atribuídas as qualificações necessárias ao operador. Desta maneira o operador deverá ter a capacidade de trabalhar com espirito de autonomia.
- Utilização das habilidades adquiridas nas etapas anteriores como, analise de dados sobre quebra/falha.
- Utilização das habilidades adquiridas nas etapas anteriores como, técnicas de melhorias para aumento de eficiência da máquina.
- Utilização das habilidades adquiridas nas etapas anteriores como, técnicas de melhorias para aumento de eficiência da máquina.
- Utilização das habilidades adquiridas nas etapas anteriores como, redução de custos eliminando o desperdício nos locais de trabalho.
Avaliação das etapas
Durante todas as etapas é importante acontecer as avaliações dos passos determinados entre a passagem de cada etapa. Ou seja, antes de avançar para a etapa seguinte, deve ocorrer uma avaliação, que pode ser a seguinte, como exemplo:
- Primeiro uma avaliação feita pelo próprio grupo de trabalho, alcançando a pontuação necessária segue;
- Para uma avaliação da chefia da área, sendo aprovado segue;
- Para avaliação da gerência juntamente com um comitê do TPM.
Quando as 3 avaliações atingirem o nível de pontuação satisfatória, o grupo de trabalho estará apto a passar para a próxima etapa e assim sucessivamente até o final das sete etapas.
Em outra matéria falaremos sobre a participação da Manutenção nesse processo de implantação do pilar da Manutenção Autônoma.
Fonte: SUZUKI, Tokutaro. TPM for Process Industries. Portland: Productivity Press, 1994. 388 p.
http://www.portaltpm.com.br
O processo de etiquetagem contribui muito com a organização e identificação de todo o trabalho.
Além de adequar o tipo de etiqueta (adesiva ou mecânica, considerando materiais, contaminantes, temperaturas, etc), é interessante agregar sistemas de registro de dados (é possível integrar sistemas web para registros fotográficos, identificação de equipamentos e operador, geolocalização e muito mais).