Falha funcional de máquinas e equipamentos

Luis Cyrino
20 jun 2022
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Falha funcional de máquinas e equipamentos

Falha funcional pode ser definida como a incapacidade de um ativo cumprir as atividades operacionais previstas conforme parâmetros de projeto ou dentro de limites aceitáveis após determinado tempo de operação.

Quando a falha potencial não é visualizada ou entendida, se estenderá de modo até culminar na “falha funcional” da máquina ou equipamento.

É quando este item não desempenhará mais as suas funções de origem, inviabilizando a continuidade da produção de modo pleno e satisfatório.

Importante entender que falha e quebra tem conceitos diferentes e muitos a interpretam como sendo a mesma coisa. Isso é na verdade um grande erro de interpretação e diagnóstico. A curva PF nos mostra claramente essa diferença, conforme figura abaixo:

Devemos ter em mente que a falha funcional é um evento e a quebra é um estado, onde:

Falha: o evento de uma falha pode não impedir o funcionamento da máquina, mas limitar algum recurso da mesma por um breve período de tempo. A falha pode ser aleatória, gradual, intermitente, parcial ou sistemática.

Quebra: quando o evento da falha funcional não é corrigido, é inevitável que a falha passe para seu último estágio, a falha total onde mais conhecemos como quebra.

Ou seja, a máquina ou equipamento está num estado de parada total. Nessa situação só resta a intervenção da Manutenção como uma corretiva, a pior situação da consequência de uma falha.

Falha funcional e suas variáveis

Conforme a curva PF (curva da evolução da falha), após o estágio da falha potencial onde elas podem ser detectadas, se nada for feito, tem início as falhas funcionais. Esse tipo de falhas tem algumas variáveis, ou seja, modos de como acontecem. São elas:

Falha aleatória

São falhas que ocorrem durante a operação/funcionamento de um processo de máquinas ou equipamentos. Sempre estão relacionadas a diversas causas chamadas de aleatórias, não tem um padrão definido de quando acontecem.

Podem estar relacionadas a qualquer tipo de causa e de difícil entendimento. É o tipo de falha que por muitas vezes são ignoradas por serem resolvidas sem uma causa aparente.

Falha gradual

São falhas que se manifestam ou se desenvolvem aos poucos, a falha vai progredindo de modo a causar cada vez mais dificuldades no funcionamento do ativo.

Isso é muito comum nos casos de falhas causadas por algum desgaste mecânico. Isso porque ainda não foi detectado ou se foi nada foi feito para resolver o problema.

Falha intermitente

São falhas que acontecem sem nenhum tipo de padrão, ela acontece e some do nada e pode voltar sem nenhum tipo de situação que possamos prever.

Nesse caso são as mesmas falhas que sabemos o que acontece com a máquina ou equipamento, mas não temos nenhuma ideia do porque acontece. Esse tipo de falhas é muito comum nos sistemas elétricos e eletrônicos.

Falha parcial

São falhas que acontecem de modo a não afetar totalmente algum item ou sistema, a falha é parcial. Esse tipo de falha tem um certo grau de comprometimento no funcionamento de um todo. É comum estar relacionada a algum tipo de falha ocasionada por algum choque mecânico ou desgaste forçado.

Falha sistemática

São falhas que acontecem de forma constante, contínua ou persistente, tem um certo padrão de acontecimentos, de fácil detecção. Com certeza é o tipo de falha dentre todas as outras, de fácil entendimento, mas nem sempre pode ser de fácil solução.

As falhas funcionais tem seus padrões de manifestação que precisam ser entendidas para que possam ser eliminadas. É claro que o ideal é que as falhas tenham como ser identificadas em seu estágio de “falha oculta” ou “falha potencial” e assim sejam resolvidas. Mas isso nem sempre é possível por problemas de estratégias de manutenção que foram adotadas.

Conclusão

O grande problema quando falamos em falhas, é que elas são interpretadas como uma falha total e isso não é verdade. Falhas devem ser entendidas como problemas que estejam fora do funcionamento normal de um equipamento ou processo.

Essa dificuldade de entendimento é notada quando se pergunta a diferentes pessoas na empresa como um ativo ou processo deveria funcionar normalmente.

Por isso da importância na definição das funções de um sistema, e definir todas as maneiras pelas quais cada função pode falhar. A partir disso podemos então ter a definição de falha funcional.

Uma das etapas da metodologia RCM com uso da ferramenta FMEA. Um trabalho para definir as melhores estratégias de manutenção na busca da confiabilidade de um ativo.

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