Classificação ABC de Máquinas e Equipamentos

Luis Cyrino
20 mar 2016
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Classificação A B C de Máquinas e Equipamentos

Dando sequência às fases de Controle do PCM, nessa matéria vamos falar sobre a importância em se elaborar e manter sempre atualizado a classificação ABC de máquinas e equipamentos, necessárias para uma eficiente gestão e tomadas de decisão na resolução de problemas.

Esse é um item também necessário para atender às auditorias internas e externas, muito comuns nas empresas que querem manter as boas práticas de governança.

O que é “classificação ABC”?

Também conhecida como Curva ABC ou 80-20, é baseada no teorema do economista Vilfredo Pareto, na Itália, no século XIX, num estudo sobre a renda e riqueza, ele observou uma pequena parcela da população, 20%, que concentrava a maior parte da riqueza, 80%.

A curva ABC é um método de classificação de informações que separa os itens de maior importância ou impacto, que são normalmente em menor número.

Trata-se de classificação estatística de materiais, baseada no princípio de Pareto, em que se considera a importância dos materiais, baseada nas quantidades utilizadas e no seu valor. Esse sistema da curva ABC é muito utilizado para a administração de estoques, mas também é usada para o estabelecimento de prioridades, que se trata do nosso caso em questão, para classificar máquinas e equipamentos conforme seu grau de importância para o setor produtivo.

Como elaborar a classificação ABC para máquinas e equipamentos?

Hoje em dia podemos dizer que a classificação ABC com a priorização das máquinas e equipamentos (um método adaptado pela JIPM) se constituem num fator decisivo para a escolha de uma política de manutenção adequada, avaliação essa que determina o grau de criticidade das máquinas e equipamento em relação ao processo produtivo.

O JIPM – Japan Institute of Plant Maintenance (1995) recomenda a utilização da classificação ABC, como uma ferramenta para avaliar a criticidade de uma máquina ou equipamento, para isso faz-se uso da utilização de um fluxograma (figura abaixo) do tipo decisório.

Fluxograma criticidade ABC

Para a utilização desse fluxograma, é necessária uma base de critérios de criticidade que nos permite definir uma classificação em uma das classes (A, B ou C). Veja na figura abaixo um exemplo definindo qual seria essa base de critérios conforme determina o fluxograma acima:

Ao término dessa classificação, a atuação da manutenção é orientada para cada classe de máquinas e equipamentos, lembro que é apenas um exemplo, cada gestão de Manutenção define o seu nível de atuação para cada tipo de classe. Segue abaixo um exemplo de como poderia ser essa orientação:

Classe A: Máquinas e equipamentos com prioridade alta – pode-se definir por exemplo que nesse caso, a atuação da Manutenção deve contemplar a preditiva e preventiva, análise das falhas, formação de grupos de melhoria, entre outros.

Classe B: Máquinas e equipamentos com prioridade média – pode-se definir por exemplo que nesse caso, a atuação da Manutenção deve contemplar a preditiva e preventiva.

Classe C: Máquinas e equipamentos com prioridade baixa – pode-se definir por exemplo que nesse caso, a atuação da Manutenção deve contemplar a Manutenção corretiva, preditiva e monitoramento das falhas para evitar recorrências.

Conclusão

Importante que essa classificação de prioridade de máquinas e equipamentos sofra revisões por um período pré determinado pela Gestão da Manutenção, isso varia para cada tipo de planta produtiva e métodos de gestão, acredito que não pode ultrapassar um ano sem essa revisão.

Como podemos ver nessa matéria a priorização de máquinas e equipamentos utilizando o método da classificação ABC é muito importante na gestão da Manutenção, além de atender aos interesses em geral e a boa governança da organização.

Comentários

19 respostas para “Classificação ABC de Máquinas e Equipamentos”

  1. Carlos Wagner Barros disse:

    O grande problema que as pessoas confundem é , o que é máquina, o que é equipamento, o que é spare parts, com isto, misturam tudo na hora de classificar, já que a classificação é bem simples e rápida.
    Esta é uma situação que passei várias vezes em minha carreira profissional.

  2. Cicero disse:

    Olá, não entendi as letras dos losangos decisórios. Imagino que o S seja de segurança, o Q de qualidade mas e o restante das letras? Pode esclarecer? Ou de repente colocar uma legenda?

    • Luis Cyrino disse:

      Segundo a JIPM idealizadora desse método de classificação ABC, as letras significam:
      S- segurança, ordem pública e meio ambiente;
      Q- qualidade e rendimento dos materiais;
      W- condição de operação;
      D- perda de oportunidades, entrega;
      P- frequência de quebras, produtividade;
      M- manutenibilidade do equipamento.

      A sua ideia é relevante, vou preparar uma legenda explicando como usar essas letras e inserir no post. Obrigado pela dica.

  3. William Alves de Oliveira disse:

    Ótimo texto, eu conhecia a classificação ABC sendo usada para determinação de criticidade em máquinas, porém, não tinha conhecimento da tabela com os fatores de avaliação desenvolvida pela JIPM. Ai você me pergunta, se você não conhecia a tabela com os fatores de avaliação como definiu a criticidade de seus equipamentos? E a resposta seria a seguinte: A equipe de manutenção com base em seu conhecimento prévio sobre cada máquina estipulou a criticidade delas, mas vejo que esse método não é válido em qualquer situação, imagine-se em um caso em que a máquina é desconhecida e que não há histórico de falhas, nesse caso a tabela com os critérios atenderia muito bem. Gostei muito do texto, da nova tabela (pelo menos pra mim) com um meio mais claro e eficiente de definição ABC, cada dia aprendemos um pouco mais. Parabéns por semear o conhecimento.

    • Luis Cyrino disse:

      William fico feliz que tenha gostado. A iniciativa de vocês fazerem essa avaliação desse jeito já é uma mostra da preocupação de ter essa priorização. O importante de se ter critérios é que abrange um campo maior de priorização e não só da manutenção e isso que torna de fato um ativo e sua importância dentro do contexto da empresa como qualidade, segurança, disponibilidade entre outros.

  4. Giovani Maia disse:

    Acrescentando, gostaria de contribuir com a importância de se ter na mesa da classificação ABC partes afetadas e interessadas, tais como operação, processo, pessoal da qualidade, segurança.. etc. Dessa forma, a gestão dos ativos vai ganhar em propriedade e aposentar aquele velho chavão: A operação é quem manda. Valeu pessoal 👍

    • Luis Cyrino disse:

      Obrigado por seu comentário Giovani. Na realidade essa classificação já contempla todas as áreas que você comentou conforme fluxograma exibido na matéria. Não tem como fazer essa classificação sem considerar todas essas áreas e os possíveis impactos que os ativos representam entre elas.

  5. Raimundo disse:

    Que matéria linda,vou guardar e aplicar alguns destes trabalhos em meu dia a dia,em minha firma, em meu controle

    Parabéns a que elaborou tudo

  6. RENATO KUMAMOTO disse:

    Me desculpem, mas qual seria a diferença entre equipamentos e máquinas?
    Spare parts entendo que são os itens reserva, sejam eles equipamentos ou máquinas.
    abs

    • Luis Cyrino disse:

      Olá Renato tudo bem? Na realidade é uma questão de conceito baseado em muitas definições onde algumas consideram que ambos não divergem entre si e outros conceitos tratam um como sendo máquina aquilo que se utiliza de energia e trabalho para atingir um objetivo pré determinado e equipamento são dispositivos ou ferramentas que o ser humano utiliza para realizar uma atividade. Diante dessa variedade de entendimentos, eu particularmente trato MÁQUINA como sendo algo maior que produz algum bem ou produto utilizando-se de energia e força de trabalho enquanto que EQUIPAMENTO são dispositivos que podem ou não compor o todo de uma máquina como por exemplo, uma prensa hidráulica, considero que é uma máquina enquanto a bomba hidráulica que contém essa máquina eu considero como um equipamento de uma máquina.

  7. Luis, utilizo o conceito acima de máquinas e equipamentos, pois muitos trabalham por sistema ou processo.
    Cito como exemplo, a máquina de papel (processo de produção) e o conjunto de equipamentos que são utilizados para a produção. Quando a falha é desconhecida, podemos até evidenciar a manutenção na máquina, mas caso a empresa tenha os equipamentos identificados, os indicadores se tornam mais efetivos para a análise de confiabilidade.

  8. Paulo Pinto disse:

    Boa Noite Luis,
    Primeiramente gostaria de Parabenizar pelo excelente Post, linguagem clara, direta e objetiva.
    Dentro do resultado de uma análise de criticidade de máquinas e equipamentos, sempre resulta, para a criticidade “A”, a sugestão de manutenção Preditiva. Nos dias de hoje, com os orçamentos cada vez mais enxutos, o quão possível é ter um plano preditivo para uma média e pequena empresa, visto que seu custo é extremamente elevado e os resultados aparecem a médio prazo. Na minha humilde opinião, a melhor estratégia de manutenção é sempre alinhar com a realidade da empresa, buscando sua eficiência principalmente na análise de falhas e mantendo as melhores condições de operação e manutenção das máquinas. Porém, o que muitos autores pregam e insistem é a Manutenção Preditiva, não levando em consideração a situação atual do nosso pais.
    Gostaria de saber a sua opinião sobre o assunto.

    • Luis Cyrino disse:

      Paulo você disse tudo, as estratégias que a empresa vai adotar quanto a manutenção precisa caber no seu orçamento. A preditiva pode ser implantada de forma gradativa e algumas técnicas preditivas são essenciais como termografia e análise de óleo para certos sistemas. O importante de tudo isso é você saber reconhecer quais dos seus ativos são mais críticos e adotar nos mesmos uma atenção especial com a análise de falhas e manutenção preventiva no mínimo. Pode também implantar projetos de melhorias, adoção de inspeções regulares, manutenção autônoma (metodologia TPM) entre outras estratégias. Já disse em outra postagem que a manutenção tem muitas estratégias que pode adotar sem elevar seus custos a ponto de serem inviáveis, tudo é uma questão de gestão.

  9. Pedro Henrique disse:

    Parabéns pela postagem… Bem objetiva, bem clara!!! Muito bom

  10. Conceitos: Máquina X Equipamento
    No mercado de Óleo & Gás (e petroquímico), o termo Máquina está associado à execução de movimento, à dinâmica , para desempenhar sua função operacional. Exemplos: bombas, compressores, turbinas, agitadores, motores, etc.
    O termo Equipamento é mais utilizado para ativos que desempenham funções operacionais estáticas: tanque, trocador de calor, filtro, vaso de pressão, reator, torre destilação, etc.
    Ressalva: estes conceitos não são absolutos e definitivos, mas são praticados e fazem parte da cultura e do glossário técnico neste segmento industrial.

  11. […] importante a manutenção ter elencado a prioridade dos seus ativos conforme a Criticidade das máquinas e equipamentos. Entender seus ativos mais críticos é essencial para definir seu […]

  12. […] atribuir a alguma coisa. No meio industrial usamos esse termo “criticidade” para fazer a classificação ABC de máquinas e […]

  13. […] nisso, é de extrema importância classificar seus equipamentos em A, B ou C, e assim, melhor escolher a forma mais efetiva de realizar a […]

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